29.6.09

Cocaína

Quando chegaram à América, os espanhóis perceberam que os índios da região tinham uma adoração pela folha da coca. Pragmáticos e sempre práticos, passaram a distribuí-la aos escravos, para estimular o trabalho. Acontece que os brancos também tomaram gosto pela droga e as folhas chegaram à Europa. O psicanalista Sigmund Freud investigou os usos médicos da cocaína. Achava que a droga poderia servir de remédio contra a depressão e começou a experimentar. "O efeito consiste numa euforia duradoura. A pessoa adquire um grande vigor". Até que um dos seus pacientes, Ernst Fleischl, abusou e morreu de overdose.
No entanto os laboratórios continuam a produzir cocaína e a alardear as suas vantagens. Diziam que era "excelente contra o pessimismo e o cansaço"; às mulheres, dava "vitalidade e formosura".
Desde então, mesmo sendo ilegal, tem sido impossível acabar com ela.
O papa Leão XIII, falecido em 1903, era um grande apreciador de vinho de cocaína.

28.6.09

Peiote
Uma em cada dez das mais de 50 espécies de cacto têm propriedades alucinogénicas. A mais conhecida é a Lophophora williamsi, que cresce nos desertos do Sul dos Estados Unidos e do Norte do México. É usada em rituais há mais de 3000 anos, fazem um ritual em silêncio, agem como se estivessem diante de um veado, até acertarem na planta com uma seta. Quando regressam à tribo com o peiote, organizam rituais e celebrações sob o efeito da droga. Numa das cerimónias, a chamada "dança fantasma", os índios dançavam alucinados e diziam poder comunicar com os mortos. Francis Crick, que co-descobriu a estrutura do ADN em 1953, consumiu peiote várias vezes e gostou. O escritor inglês Aldous Huxley tomou mescalina, a substância alucinogénica extraída do cacto, e descreveu as suas viagens no livro The Doors of Perception: "Foi como tirar umas férias químicas do mundo real".
Fonte: Super Interessante