30.8.09

O Mistério da Rainha Vermelha



Influente Esposa do Rei Maia Pakal II

Uma mulher passeia pelos templos de pedra da cidade maia de Palenque, no coração da floresta tropical da América Central. Enverga um traje enfeitado com botões de malaquite e, na cabeça, deformada desde a infância por rituais dolorosos, exibe un toucado de compridas penas de quetzal. A morte da rainha é chorada em todo o império e o marido dá uma ordem sem precedentes entre os maias: sepultar uma mulher dentro de um sarcófago, no interior de um templo. Estamos no ano de 672.
Quem será a dama que mereceu a honra de repousar num sarcófago, já que apenas foram descobertos, em todo o território maia, dois sarcófagos de pedra, pois a maior parte dos corpos era directamente sepultado na terra?
Decidiram baptizá-la com o nome de Rainha Vermelha de Palenque, devido à côr impressionante dos ossos. Porém, era preciso averiguar a sua identidade, pois tinham pelo menos três candidatas a ocupar o posto, todas associadas ao rei Pakal, o mais importante soberano maia: a mãe, Zak Kuk, a esposa, Tzakbu Ajaw, ou a primeira mulher que governou Palenque, Yohlik Nal.
As primeiras análises dos restos ósseos da mulher, cuja estatura era de 1,54 metro(bastante alta, para a época), permitiram deduzir que fora inicialmente amortalhada, devido ao facto de apresentar os tornozelos muito juntos, além disso tinha o crânio deformado.
Mais tarde com investigações às análises para datar os ossos com carbono-14, descobriram que o cinábrio se tinha misturado com a matéria orgânica. Em contrapartida, os ossos dos dois acompanhantes encontrados a seu lado não tinham vestígios de cinábrio, pelo que foi possível atribuir-lhes uma idade que os situava entre os anos 620 e 660. Com a extracção do material genético, os resultados foram categóricos: a Rainha Vermelha não tinha sido mãe, irmã ou filha de Pakal. A conclusão deixou como única candidata a mulher do soberano que morreu em 672, ou seja, a esposa Tzakbu Ajaw, devido possuir ceracterísticas diferentes com o perfil geológico de Palenque.
Foi uma personagem influente nas questões políticas.
Sabe-se que os frescos maias são quase os únicos que retratam as figuras como foram na vida real, em vez de reproduzirem, simplesmente, um rosto.
Lumenamena

2 comentários:

  1. Sei muito pouco de pormenor sobre a antropologia maia. Tenho lido ao longo dos anos sobre os maias e os astecas e a atlântida, etc. Gostei do teu texto. Mas soube-me a pouco. Obrigado pela partilha.

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  2. Eduardo Aleixo,
    Apesar de se tratar de um dos mais extraordinários achados da civilização maia, a identidade da Rainha Vermelha permanecia indecifrável. Graças a um grupo de arqueólogos e cientistas, e também às técnicas utilizadas para interpretar hieróglifos nas construções maias, o enigma que cerca a identidade desta rainha começa a se resolver.

    Um bem haja,
    Lumenamena

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