14.10.09

Já Podemos Ler o Pensamento


Descobertos os Mecanismos Cerebrais Envolvidos


Os seres humanos têm a capacidade de adivinhar o que os outros pensam.
Somos sem margem para dúvidas, criaturas telepáticas, capazes de adivinhar as intenções e sentimentos, assim como atribuir objectivos e opiniões a quem temos à nossa frente.
De todos os seres vivos, apenas o homem possui aquilo que os cientistas designam por "teoria da mente", isto é, a capacidade de inferir os propósitos e as intenções de outras pessoas, e até de animais.
Durante séculos, filósofos, psicólogos, cientistas e neurologistas procurarm compreender os pilares biológicos da teoria da mente. Outros preferiram seguir o caminho da parapsicologia e surgir como defensores da telepatia (a comunicação de impressões de qualquer tipo de uma mente para outra, efectuada independentemente das vias sensoriais comuns). Hoje, a ciência sabe que a leitura do pensamento não implica qualquer poder especial ou energia sobrenatural.
Os psicólogos descobriram que o homem não nasce com uma teoria da mente pré-estabelecida, mas que esta vai sendo modelada durante os primeiros anos de vida e ganha forma precisamente quando a criança adquire a linguagem e uma conduta social adequada. Não se trata de um acaso, a linguagem não teria sido possível sem a capacidade de ler o pensamento.
Como se desenvolve o engenho de se "ler" entre si? Em regiões da nossa massa encefálica reside essa capacidade, que surgiu nos nossos antepassados hominídeos para antecipar as intenções das presas, assim como as dos respectivos predadores.
Nos finais dos anos 70, propôs-se estudar se os chimpanzés eram capazes de atribuir ou imputar certos estados mentais a outros membros da sua espécie e mesmo ao homem. Chegou-se à conclusão de que os nosso primos evolutivos possuíam, efectivamente, uma teoria da mente.
Um olhar, um gesto de mãos, um ligeiro movimento do corpo ou um suspiro podem ser uma valiosa informação que o cérebro aproveita para descobrir o que a outra pessoa pensa e quais as suas intenções.
As pessoas autistas mostram sérias dificuldades em resolver questões como a do barco dos piratas. Uma prova desta inaptidão para ler o pensamento é proporcionada por um teste que recorre a figuras geométricas animadas. Os indivíduos normais entendem facilmente quando essa figuras se comportam como humanas, por exemplo: quando dois triângulos expulsam pela força um círculo para fora de um quadrado. Todavia, os autistas, mesmo os mais inteligentes, são incapazes de distinguir entre movimentos intencionais e colisões fortuitas.
A incapacidade dos autistas para entender e reconhecer as emoções é devido a um défice selectivo na teoria da mente.
A zona em questão, é formada por um grupo de neurónios situado por cima dos olhos. Essa área é considerada uma espécie de "porta de entrada" da mentalização, pois separa a nossa mente de qualquer outra, permite saber que alguém tem uma perspectiva diferente da nossa.
Lumenamena

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